Projeto visa a tratar, organizar e
conservar o acervo da Câmara de Comércio
O acadêmico do curso de
Arquivologia da Furg, Eduardo Valério Frediane, 61 anos, já recebeu aprovação
da diretoria da Câmara de Comércio para colocar em prática o seu projeto de
conclusão de curso. O trabalho visa ao tratamento, à organização, à conservação
e à preservação de todo acervo de documentos da Câmara de Comércio mais antiga
do RS, que também é a quarta mais antiga do Brasil. Para o presidente da
entidade, Renan Gutterres Lopes, o trabalho proposto por Frediane é mais do que
importante. "É um projeto necessário para se fazer na Câmara, que
tem uma riqueza de documentos que nenhuma outra tem",
afirmou.
Atualmente, o acervo de
documentos e fotografias da Câmara, nos seus 168 anos de história, está
guardado na antiga sala de leitura, que hoje funciona como sala multiuso, mas,
pela falta de tratamento especial, muita coisa está se perdendo com tempo. Além
disso, grande parte do material não está organizada. A primeira providência que
precisará ser tomada, conforme Frediane, será transferir o acervo para
ambientes que atendam a especificações técnicas da Arquivologia. A ideia,
segundo ele, é distribuir o material em três salas disponíveis no 4º andar do
prédio da Câmara de Comércio. Seria uma sala de consultas e pesquisas, uma sala
para guardar o acervo e uma sala que funcionaria como laboratório de tratamento
do material. Todas as salas receberão mobília e climatização adequadas.
Além disso, o trabalho incluirá o
resgate e higienização de documentos e fotografias, a identificação das pessoas
em todas as fotografias e a organização dos documentos em ordem cronológica,
por séries e subséries, como em uma biblioteca, facilitando assim as pesquisas.
Para pôr em prática a ideia, serão necessários cerca de dois anos, mas Frediane
espera que outras pessoas deem continuidade ao projeto.
Segundo ele, o trabalho de
conservação é infinito, além disso, disse que as atividades correntes também
precisarão receber os devidos cuidados. Frediane comentou que outras ideias,
que poderiam ser utilizadas mais adiante, seriam a digitalização da
documentação e a criação de um museu da Câmara Municipal. O acadêmico espera
que os novos acadêmicos de Arquivologia possam aproveitar a oportunidade para
realizar estágios no local e que
também acadêmicos de outros cursos e pessoas da comunidade possam realizar
pesquisas no acervo.
Frediane disse que a preocupação
com a conservação do acervo da Câmara de Comércio é algo que já lhe ocorre
desde a adolescência, muito antes de ingressar no curso de Arquivologia, aos 58
anos. Principalmente pela riqueza do material, mas também por pertencer a uma
família tradicional, que já fez parte da entidade de classe.
Em uma passagem rápida pelo
acervo, chamam a atenção documentos como o livro de visitas de 1884, com a
assinatura da princesa Isabel, a ata da primeira reunião da Entidade, que na
época recebeu o nome de Praça do Comércio, do dia 26 de setembro de 1844, e o
quadro de Buarque de Macedo, pintado por Victor Meirelles em 1881. Além disso,
há uma gama de documentos sobre a instauração de monumentos, ruas, leis,
correspondências, informativos, planilhas e muito mais. Ao todo, conforme
Frediane, são 16,4 metros lineares de documentos que contam a história do Rio
Grande, do Brasil e do mundo. Sem contar documentos que não fazem parte do
acervo, mas que estão guardados pela Entidade.
O projeto está em fase de
mensuração de custos e tempo necessários. Frediane acredita que poderá
entregar, para a diretoria da Câmara de Comércio, as relações no próximo mês,
para já começar a colocar em prática a ideia. O presidente da Entidade garantiu
que a diretoria é totalmente a favor do projeto e que está apenas esperando a
resposta do idealizador para buscar recursos junto aos associados e às empresas
da Cidade.
Por Tatiane Fernandes
tati@jornalagora.com.br
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Fonte: http://www.jornalagora.com.br
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