segunda-feira, 1 de julho de 2013

Arquivo Público insere dois mil novos nomes na base de dados do “Projeto Imigrantes”

O “Projeto Imigrantes”, do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), foi atualizado com a inserção de dois mil novos nomes provenientes de listas de passageiros – do acervo do Arquivo Nacional - que desembarcaram no Porto do Rio de Janeiro no século XIX. As informações referem-se a imigrantes vindos da Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália, Polônia, Portugal, Rússia e Suíça.

Atualmente o banco de dados do APEES possui mais de 55 mil nomes cadastrados. Trata-se de uma ferramenta em constante construção, que agrega as contribuições dos descendestes, por meio da doação de cópias de passaportes, certidões e fotografias. O número de imigrantes italianos catalogados, por exemplo, aumentou de 33 mil no ano de 2008 para aproximadamente 37 mil em 2013. O endereço eletrônico do Projeto é o www.ape.es.gov.br/imigrantes.

Banco de dados
Familia: Coser/Battisti - Acervo APEES
O aumento de consulentes em busca de documentos sobre seus familiares foi uma das principais motivações para o surgimento do “Projeto Imigrantes”. Essas pessoas, interessadas em conhecer melhor a sua história e origem, compareciam à sede da Instituição para pesquisar nas listas de navios - entre outras fontes primárias - os nomes e sobrenomes dos antepassados.
Nesse período os visitantes efetuavam seus estudos diretamente nos manuscritos originais. Com isso, mesmo com o cuidado necessário, o frequente manuseio comprometia a conservação do acervo. Ocorriam também, comumente, dificuldades na leitura dos papéis antigos. Para facilitar e expandir as consultas iniciou-se, em 1995, o “Projeto Imigrantes”, considerado referência nacional na disponibilização online de informações sobre a imigração.



Imigração no Espírito Santo
O diretor-geral do APEES, Agostino Lazzaro, comenta que ainda são poucos os estudos sobre os ciganos no Espírito Santo. “Com exceção de algumas pesquisas sobre os Calons existe uma lacuna referente ao assunto. Não há dados, por exemplo, sobre os ciganos que chegaram ao Estado no fluxo imigratório do século XIX, pois nos passaportes não se distinguiam as etnias. Assim, muitos capixabas podem ter antepassados ciganos sem saberem, principalmente os descendentes dos Sinti e Roms que abrangem, por exemplo, indivíduos de nacionalidade alemã, italiana, suíça, polonesa e ucraniana. O Arquivo Público está à disposição para que os consulentes adentrem nessa seara de trabalho ainda inédita”.

Acervo APEES
 Ciganos no Brasil
As marcas da vinda dos imigrantes para o Espírito Santo são perceptíveis, por exemplo, na arquitetura, nas formas de cultivo, na alimentação, nas danças e nas músicas. O sociólogo Renzo M. Grosselli, no livro “Colônias Imperiais na Terra do Café”, destaca a imigração como uma alternativa para o povoamento da província e o suprimento da escassez de trabalhadores, principalmente após a abolição da escravatura.

A partir de 1874 os italianos dominam amplamente o fluxo de entrada em Santa Leopoldina, que para receber contingentes de imigrantes expande-se em várias direções. São criados novos loteamentos, a exemplo dos núcleos de Timbuhy e de Santa Cruz. Por meio do rio Benevente, que desemboca na atual cidade de Anchieta, entrou o maior contingente de imigrantes, totalizando mais de oito mil italianos entre 1875 e 1900. Em 1879 surge uma nova colônia: Castello.

Familia: Andreon/Campolongo
Groselli ressalta que os caminhos para o estabelecimento dos imigrantes no Espírito Santo foram árduos e repletos de obstáculos. “Na falta de uma legislação internacional que protegesse de maneira eficaz os imigrantes, o período de viagem representava, para muitos deles, um sério perigo. A emigração se transformara no negócio do século (...). Muitas vezes os navios usados para o transporte dos emigrantes eram inadequados para este uso. Eram sempre sobrecarregados de um número absurdo de pessoas, e as condições higiênico-sanitárias eram deprimentes” argumenta.

A publicação de Renzo Groselli faz parte da Coleção Canaã do APEES e está disponível no link: http://www.ape.es.gov.br/pdf/Colonias_Imperiais_na_Terra_Cafe.pdf.

Fonte:


Arquivo Público do Estado do Espírito Santo 
Jória Motta Scolforo 
3636-6117 
joriascolforo@gmail.com



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