segunda-feira, 29 de julho de 2013

Saiba como é preservada a Memória do TRT-ES

A Seção de Registro e Preservação da Memória Institucional (Serp) do TRT-ES surgiu no ano de 2012, como cumprimento da recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que estabelece as normas do Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário – Proname.  

O surgimento do setor ocorreu devido à necessidade de conservar documentos de interesse histórico e cultural pertencentes a este Regional, com a finalidade de garantir a conservação da memória institucional e proporcionar aos cidadãos o acesso à informação. Cabe à Serp conservar, registrar e armazenar corretamente os documentos recebidos.


A seleção do material é o primeiro passo

Os processos do TRT-ES ficam armazenados durante cinco anos no Arquivo Judicial, localizado em Araçás, Vila Velha. Após esse período, são avaliados pela Comissão Permanente de Avaliação Documental (CPAD), que decide se os papeis serão eliminados ou encaminhados para o arquivo permanente, de acordo com a Resolução Administrativa 161/12.

Um dos critérios utilizados é a Tabela de Temporalidade de Documentos Unificada – TTDU, sendo que todos os processos anteriores ao ano de 1989 são considerados de guarda permanente. Outro critério é o de amostra estatística, segundo o qual parte dos documentos deve ser conservada para preservar a memória institucional e o patrimônio cultural brasileiro. 

Para os documentos considerados mais relevantes, foi criado o Selo Acervo Histórico. O Selo é colado por servidores ou magistrados na parte superior direita da capa de papel em todos os volumes dos autos em trâmite, indicando que devem ser preservados.
Após a seleção e pré-higienização, que consiste na eliminação de ácaros e bactérias, os documentos de guarda permanente são encaminhados à Serp, onde recebem cuidados especiais e são registrados. 

Conservação e armazenamento: um trabalho técnico

Segundo o arquivista e chefe da Serp Marco Polo Burakowski, os documentos precisam ser higienizados e manuseados com muito cuidado. Para isso, é necessário utilizar acessórios como óculos de proteção, luvas, jaleco e máscara. “É importante que as pessoas também tenham mais cuidado ao manusear e transportar processos. Existe um grande descaso em relação a esses documentos”, disse o servidor.

Um dos procedimentos de preservação é a substituição dos suportes de metal, que servem para prender as páginas dos processos, por suportes de plástico, já que a oxidação do metal danifica o papel. Depois de retiradas, as peças de metal são armazenadas em garrafas PETe doadas a ONGs para reciclagem. 

Após receber os devidos cuidados, os processos são guardados em caixas, registrados e inventariados. Posteriormente, ficam armazenados no Centro de Memória do Judiciário, localizado no 12º andar do Ed. Vitória Park. Além de processos, também são conservados objetos de valor histórico: livros, placas, quadros, medalhas, fotos, CDs e DVDs, fitas, entre outros.

Preservar a memória a serviço do cidadão 

De acordo com Marco Polo, os documentos guardados podem ser utilizados para diversas finalidades, como recolher provas para aposentadoria, comprovar atuação profissional e conhecer a história recente do Espírito Santo. “Às vezes as pessoas perdem documentos que estão dentro de processos antigos, então elas têm a oportunidade de ter acesso a eles novamente”, contou.

O arquivista afirma que o TRT-ES é um exemplo e que a tendência é a criação de setores como a Serp em todos os tribunais. Para ele, os documentos conservados possuem grande importância histórica. “Todo cidadão tem direito de conhecer o seu passado”, afirmou Marco Polo.

Fotos: Manoela Albuquerque


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