Projeto de digitalização
pretende deixar disponível todo o acervo do Museu Imperial
A antiga casa de verão de Dom
Pedro II, o Museu Imperial da cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, possui
mais de 200 mil documentos, gravuras, mapas e fotografias, além de uma
biblioteca com mais de 50 mil volumes. Todo esse acervo histórico será
digitalizado e disponibilizado na internet por meio da iniciativa do Projeto
Dami, sigla para Digitalização do Acervo do Museu Imperial.
O projeto foi iniciado em 2010.
Os recursos para o desenvolvimento do Dami são captados pela Sociedade de
Amigos do Museu Imperial. “Em 2013, o Dami digitalizou todos os números do
Jornal Ilustrado Don Quixote e da Revista Illustrada, com os traços de Angelo
Agostini, além de iconografias relacionadas à história de Petrópolis e do
Império e objetos, como moedas, medalhas, artesanato, cerâmicas”, diz Jean
Coelho, administrador de produção desta iniciativa.
Segundo o diretor do Museu
Imperial, Maurício Vicente, o Dami segue uma tendência mundial de
disponibilização do acervo de museus e acesso à informação pela internet.
“Percebendo essa demanda, o projeto visa
universalizar o acesso aos mais de 300 mil itens das coleções históricas e
artísticas da instituição e, ao mesmo tempo, contribuir de forma efetiva para a
preservação desses mesmos itens”.
O acervo é dividido em coleções
que são selecionadas a cada ano para serem digitalizadas. Em 2014, o projeto
está trabalhando com 13 delas. Não são apenas os documentos em papel que passam
pelo processo, mas também os artefatos museológicos, como porcelanas europeias
doadas ao museu. Nesses casos, os técnicos fotografam de vários ângulos e são
feitas descrições detalhadas das peças. “Não é uma imagem em três dimensões do
objeto, mas procuramos registrar cada detalhe e dar uma descrição de cada
objeto para facilitar a consulta”, explica Coelho.
Além das porcelanas, livros raros
do século XIX e as cartas de D. Pedro II para a condessa de Barral de
Montferrat fazem parte das coleções que estão sendo digitalizadas ao longo
deste ano. Uma edição do “Cozinheiro Imperial”, o primeiro livro de culinária
publicado no Brasil, está entre os livros raros que passarão por esse processo.
“O conteúdo do livro já foi publicado outras vezes, mas esta é a primeira vez
que uma edição antiga será digitalizada e disponibilizada ao público”, afirma o
administrador do projeto.
Tudo isso para ajudar ao máximo
os pesquisadores que fazem uso do acervo do museu. Para Sérgio Abrahão,
coordenador geral do Dami, o objetivo principal do projeto é democratizar o
acesso à informação. “O museu tem apenas 4% do acervo disponibilizado
fisicamente. Os outros 96% estão em reservas técnicas (guardados, mas fora de
exposição). Então, há essa impossibilidade de disponibilizar tudo para os 350
mil visitantes que recebemos por ano. O Dami é importante porque facilita esse
acesso para qualquer pessoa a qualquer hora”, completa o coordenador.
Fonte:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/em-dia/imperio-digital
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